Vivemos numa ditadura da cerveja em que muito se fala mas pouco se sabe verdadeiramente sobre esse líquido sagrado. Isso porque você vê aquele botequeiro (eu disse BO-TE-QUEI-RO) de 30 anos de profissão dizer... cerveja boa mesmo é fulana de tal e tem que ser trincando.
Não tiremos a razão dele, pois o que eu acho de mais espetacular na cerveja é exatamente a democracia que ela proporciona. Pena que não vemos isso aqui no Brasil, ou pelo menos não víamos.
(Sobe no palanque)-Nunca na história desse país tomamos tantas cervejas diferentes quanto agora e aos que torcem o nariz com isso tratem de se ajeitarem pois isso tende a aumentar cada vez mais meu povo! (Desce do palanque)
Problema é que vivemos num país tropical mesmo, aqui é quente oras bolas televisão, e cerveja mata a sede, cerveja gelada melhor ainda. Só que cerveja não é só líquido, e ao contrário do que pensam a espuma é essencial para analisar a qualidade da cerveja.
Muitos já fomos em churrascos, bares, festas e quando servíamos alguém ouvimos:
-Espuma no meu copo não!
Justo! Mas calma lá... talvez você não saiba, mas como ela faz diferença.
Claro que com nossas cervejas da maneira como são fabricadas nem sempre a espuma aparece se a cerveja estiver estupidamente gelada. Mas abolir completamente a espuma da sua cerveja não é a melhor pedida... Isso por que nela sentimos o aroma, ela protege seu copo da oxidação da cerveja e conserva o sabor e também a temperatura. Tanto que em cervejas do tipo Weiss(feitas à base de malte de trigo) induzimos a produção de espuma antes de terminar de servir o copo justamente pra conservar por mais tempo a cerveja à ser bebida.
Toda vez que você se servir de um copo gelado de cerveja, pelo menos um pouco de espuma se formará – e permanecerá ali por um tempo.
Isso acontece por causa de uma combinação de proteínas especiais e gás dissolvido. Na cerveja, o gás é normalmente dióxido de carbono, embora, ocasionalmente, possa ser nitrogênio. Algumas das cervejas bastante espumantes, como a Guinness, usam nitrogênio.
O refrigerante certamente também tem gás dissolvido, por isso pode criar alguma espuma, mas da mesma forma ou com a mesma duração, porque nele falta um ingrediente espumífero especial: a cerveja tem proteínas chamadas albuminas que formam vínculos complexos com os compostos amargos usados para fabricá-la.
Outra coisa que ajuda é o ponto de carbonatação. Muitas vezes, dentro de copos de cerveja há um padrão especial de condicionamento que incentiva o gás a formar bolas, algo conhecido como “sítio de nucleação”. O refrigerante e o champanhe também criam bolhas, mas sem as proteínas especiais, elas não duram.
Também um fator espumante da cerveja é o nível de pH. Muitos pesquisadores estudam o nível de pH ideal para a formação de bolhas. O nível de álcool também é importante. A espuma não dura se for muito alto (digamos, uma cerveja belga de 9 a 12% de álcool) ou muito baixo (como a Bud Light, em 3,2%).
Em suma, a espuma é baseada nesses cinco fatores: gás, álcool, pH, proteínas e compostos amargos. Quer experimentar uma cerveja com bastante espuma? A dica dos especialistas é uma das muitas cervejas alemãs feitas de malte. Quanto maior o teor de lúpulo, mais compostos amargos para se ligar às proteínas e, portanto, uma camada de bolhas e espuma mais espessa.
Quem já viu a espuma da Guinness, ou de uma La Trappe, Tripel Karmeliet sabe o que é uma beleza de espuma. Até mesmo de uma Bavaria Premium ou de uma Serramalte. São cervejas com um pouco mais de qualidade em relação às cervejas mais conhecidas e que podem ser uma experiência fantástica. Tente, Experimente, Compartilhe... e Saúde!!!
Fonte: Hypescience
Se quiser mais informações sobre a espuma e outros aspectos relacionados a cerveja, dá uma olhada no link:
ResponderExcluirhttp://teoriadecerveja.blogspot.com.br/
Boa leitura!